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Para onde o dólar vai em 2021? Entenda os fatores que pesam no câmbio

O dólar começou 2021 como uma verdadeira montanha-russa: em 11 de janeiro, a moeda norte-americana foi cotada a R$ 5,5031, maior nível desde 5 de novembro. Sete dias depois, no dia 18, ela caiu para R$ 5,3042.

Nesta sexta-feira (22), o dólar fechou em alta de 2,17%, a R$ 5,4795, maior variação percentual diária em quatro meses.

Entre altas e baixas, até 19 de janeiro, o real acumula desvalorização anual de 1,8% em relação ao dólar. A moeda ocupa a 17ª posição entre outras 62 também com desempenho negativo, como o bolivar, da Venezuela, e o peso argentino.

Vale lembrar que no ano passado, a moeda norte-americana avançou 29%. Em 2019, havia subido 3,5%

O G1 consultou economistas para analisar os fatores que justificam uma oscilação tão grande do dólar, entre eles o risco fiscal, o fluxo cambial e a transição política nos EUA.

Na avaliação deles, ainda há espaço para o dólar cair este ano — principalmente se a pandemia for controlada. A expectativa é que a moeda se firme entre R$ 4,70 e R$ 4,90.

Risco fiscal

O mercado está acompanhando de perto o posicionamento político e econômico dos candidatos para presidência da Câmara e do Senado.

Na quinta-feira (21), por exemplo, declarações sobre uma possível volta do auxílio emergencial de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e de Arthur Lira (PP-AL), dois candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro, causaram mal estar entre os investidores por conta do risco fiscal. Com o temor do mercado por novas despesas, o dólar fechou em alta de 0,95% na quinta-feira (21), cotado a R$ 5,3631.

“Os dois disseram também que o teto de gastos não deve ser levado ao pé da letra, deve ser flexibilizado. E isso caiu como uma bomba para o mercado”, avaliou Fernando Bergallo, sócio da FB Capital.

Incertezas da pandemia

A possibilidade de um novo lockdown no Brasil também está provocando uma intensa fuga de capital, quando investidores retiram recursos do país, explicou Vírgina Prestes, professora de finanças da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). “Isso acontece quando as pessoas têm aversão a risco e fogem para uma moeda mais forte, como o dólar”, disse.

Para Fernando Bergallo, o mercado teme também a necessidade de novos estímulos financeiros no caso de medidas mais rígidas de isolamento social , o que poderia agravar ainda mais a situação fiscal do país.

“A gente já viu o peso disso para as contas públicas. Com uma nova onda, fica a dúvida sobre como o governo vai agir. Não estamos lidando com especulação. É o mercado reagindo ao contexto político e econômico”, analisou Bergallo.

Fluxo cambial

Em 2020, a retirada de dólares da economia brasileira superou o ingresso em US$ 27,923 bilhões, segundo o Banco Central.

Foi a segunda maior retirada de recursos da economia brasileira, atrás apenas do resultado registrado em 2019, quando US$ 44,768 bilhões deixaram o país.

Segundo analistas, resultado se deve ao movimento de investidores de procura por aplicações mais seguras em meio à pandemia, além de declarações de autoridades da área econômica, que estimularam a alta do dólar, e à remessas de recursos por brasileiros ao exterior para pagamento de dívidas.

Posse de Biden

Parte da instabilidade do dólar se deve à tensão nos EUA por conta da saída de Donald Trump do governo e posse de Joe Biden como 46º presidente do país, em 20 de janeiro. Duas semanas antes da posse, em 6 de janeiro, apoiadores de Trump invadiram o Congresso.

Com a reação do mercado, no dia seguinte (7 de janeiro), o dólar fechou em alta de 1,77% (R$ 5,3984). Naquela semana, o avanço acumulado foi de 4,07%.

Segundo Virgínia, logo após o ataque, houve muita aversão a risco e fuga de capital. Após transição, contudo, a moeda norte-americana deve cair.

“O mercado enxerga que a vitória de Biden deve gerar uma queda do dólar contra as principais moedas. O presidente democrata é mais maleável com políticas internacionais”, explicou.

Barreiras diplomáticas

Após a divulgação dos calendários de vacinação pelas prefeituras de todo país, problemas diplomáticos com Índia e China atrapalharam o envio de imunizantes e insumos para o Brasil.

Na quinta-feira (20), o governo da Índia autorizou as exportações comerciais das vacinas de Oxford produzidas no Instituto Serum, e o Brasil deve receber 2 milhões de doses ainda nesta sexta (22).

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na quinta-feira (21) que o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, vai ajudar a “destravar” a burocracia para envio de insumos de vacinas contra a Covid-19 ao Brasil.

Com o risco de o programa de imunização não ser cumprido, o mercado volta a temer o agravamento da Covid-19 e, consequentemente, a necessidade de novos lockdowns e estímulos financeiros.

Fonte: G1

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