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Professor empreende com alunos e funda fintech voltada à Geração Z

O professor Luis Felipe Carvalho ensinou teorias sobre empreendedorismo para muitos alunos, ao longo de anos, nas salas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Com alguns deles, como Mario Augusto Sá, ele colocou em prática o que lecionava. Juntos, eles formaram uma sociedade para criar uma fintech com foco na Geração Z, a NG.Cash, que recentemente levantou rodada liderada por grandes fundos como a16z e monashees.

Sá costumava se sentar na primeira fileira, mas não era do tipo de aluno que anota tudo que o professor diz. Sempre acompanhado do laptop, ele dividia a atenção entre o que era lecionado e as questões do seu próprio negócio, Fanstar, agência de influenciadores digitais. Ainda assim, conectava-se com as aulas e participava das dinâmicas, tirando boas notas. Quando ainda estava no primeiro semestre de engenharia da computação, descobriu um curso adicional, ministrado aos sábados, sobre empreendedorismo. Mas havia uma barreira: apenas alunos formados podiam participar das aulas.

Carvalho era o responsável pelo curso e já conhecia o jovem e sua trajetória. “Professor é uma profissão relacional, é sobre gente. Me fascino com as histórias dos alunos. O Mario representava a figura do empreendedor, tinha a mentalidade empreendedora por natureza, houve admiração da minha parte”, relembra o tutor. Ele deu um jeito de abrir uma exceção, sabendo que Sá tinha mais experiência no assunto do que a maioria dos que se inscreviam para o curso. Por um ano, eles tinham um encontro marcado todos os sábados.

Em 2018, depois de anos dando aulas de empreendedorismo, Carvalho decidiu testar as teorias na prática. Pai de dois filhos da Geração Z, ele tinha a ideia de criar uma fintech com foco nesse público. Enquanto o professor tinha os skills para a parte do desenvolvimento do software, o aluno – também integrante da Geração Z – sabia como engajar o público-alvo. Eles formularam um protótipo para lançar contas bancárias para adolescentes e começaram a ser procurados por empresas que queriam o mesmo.

Percebendo que havia uma demanda, pivotaram o negócio do B2C para o B2B. “Culminou na Trampolin, uma empresa que fazia algo que nem sabíamos que existia na época, o Banking as a Service (BaaS). Demos sorte de apostar em um setor em plena ascensão, surfamos uma onda que depois passou por consolidação”, afirma Carvalho.

Em 2020, eles lançaram um teste limitado do que viria a se tornar a NG.Cash: o Neagle Bank era um banco digital onde adolescentes poderiam receber a mesada e movimentar dinheiro, com cartão pré-pago. Por um ano, o protótipo foi testado e validado com um público pequeno. Uma ação com influenciadores mostrou o potencial do negócio e startups norte-americanas com o mesmo foco receberam grandes aportes, tornando-se unicórnios, validando ainda mais a ideia.

Poucos meses depois, a Trampolin foi adquirida e a equipe absorvida, mas os sócios perceberam que não queriam atuar como executivos. A vontade de empreender seguia forte e eles decidiram dar uma chance ao sonho que foi pivotado. “Depois que a empresa voou, retornamos às ideias iniciais que tivemos em 2018. A gente não sabia como seria na prática, mas a NG.Cash não poderia ter surgido antes, precisávamos ter vivido a exploração e a descoberta. Empreender é embarcar sem jornada, conhecendo as nuances pelo caminho”, declara o professor.

Em dois meses, eles tiraram a startup do papel e colocaram na rua. A fintech emite cartão de crédito pré-pago e permite que o usuário realize transações por Pix, gerencie a mesada e gere cartão virtual no aplicativo, além de poder comprar em um marketplace com descontos. O aplicativo já foi baixado mais de 1 milhão de vezes e o público tem entre 13 e 16 anos. Em agosto, levantou uma rodada seed de US$ 10 milhões, liderada pela gestora norte-americana Andreessen Horowitz (a16z) e pela monashees. O investimento será destinado para a seniorização do time, o avanço na escala regulatória para lançar mais produtos e marketing.

Carvalho continua lecionando, mas diminuiu o ritmo. Quase pediu demissão para focar na inteiramente na empresa, mas conseguiu reduzir a carga horária na universidade – onde o escritório da NG.Cash continua existindo. “Queremos manter a nossa cultura de startup. Agora é o momento de construir, ainda temos muito arroz e feijão para comer e temos consciência de que precisamos fazer um trabalho muito bom”, finaliza.

Fonte: Revista PEGN

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