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Rumo a se tornar ‘superapp’, PicPay dobra vendas do marketplace

O PicPay, empresa de tecnologia e plataforma de pagamentos, está de olho em aumentar a proximidade com os usuários, atuando também em outra frente além dos pagamentos: a de compras. É a Store, criada no último ano para atender às necessidades dos consumidores ao mesmo tempo que oferece a solução de pagamentos da empresa. Com mais investimentos nessa frente em 2021, o marketplace registrou mais de 20,2 milhões de transações realizadas de janeiro a junho, valor 2,6 vezes maior do que o do mesmo período de 2020.

A frente de e-commerce da empresa faz parte de uma estratégia de tornar o PicPay um “superapp”, em que é possível resolver desde transferências entre pessoas e pagamentos até realizar compras. Com cerca de 60 empresas integradas como sellers (vendedores) e seis milhões de usuários no primeiro semestre, a fintech quer cavar o seu espaço dentro desse mercado e chamar a atenção de marcas e consumidores.

Por enquanto, a unidade de negócios cresce em ritmo acelerado. A receita da divisão de janeiro a junho foi de R$ 18,4 milhões, aumento de 185% na comparação com igual período do ano passado. O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) foi de R$ 417 milhões no período, também mais de duas vezes o registrado no mesmo período do ano passado. O volume bruto de mercadorias vendidas (GMV) nos últimos 12 meses encerrados em junho chega a R$ 750 milhões e, se julho entrar nessa conta, o GMV fica na casa de R$ 1,1 bilhão. 

O PicPay não está sozinho na missão de se tornar um aplicativo de “parada única” (o famoso one stop shop). Na briga pelo varejo, a fintech enfrenta nomes consolidados no mercado brasileiro, como o Magazine Luiza (MGLU3) — que desde o início de 2020 fez 22 aquisições para fortalecer a estratégia de ecossistema –, além do Mercado Livre, que tem 75,9 milhões de usuários. Ambas as empresas registraram lucro no segundo trimestre deste ano.

Além disso, a estratégia de ter uma carteira digital com cashback na mesma plataforma de e-commerce também é utilizada pela Americanas (AMER3) com a Ame. De olho no potencial de se tornar fintech, a varejista realizou pelo menos três aquisições recentemente para reforçar a atuação financeira: as compras da Bit Capital, Parati e da Nexoos. 

Na contramão do que essas empresas fizeram — criar um marketplace e depois incorporar divisões financeiras –, o PicPay quer usar a base de usuários adquirida como fintech para ajudar nas vendas. Ao realizar tudo dentro de um único ecossistema, a empresa acredita que será possível tornar o processo de compra mais ágil e simples. 

“Queremos ser a maneira mais rápida e acessível de os usuários realizarem as compras pelo celular. Para isso, oferecemos uma série de vantagens e benefícios, justamente por integrarmos as transações dentro do ecossistema do PicPay”, diz Fábio Plein, diretor sênior da PicPay Store, à EXAME.

O executivo, que passou os últimos quatro anos em outra gigante dos apps — a Uber –, mostra que chegou com apetite para a nova função, que exerce desde dezembro do ano passado. 

De janeiro para cá, a plataforma do PicPay trouxe mais de 30 vendedores para o marketplace — são mais de 60 ao todo. Entre eles estão Casas Bahia, Ponto, Polishop e Positivo. Além disso, clientes agora podem contar com recarga de celular, gift cards e Shell Box.

Também em um esforço de conquistar usuários, a fintech anunciou cashback na plataforma de compras neste mês, oferecendo aos usuários a possibilidade de ter até 13% do dinheiro de volta, dependendo do estabelecimento.

Em um ambiente com tantos rivais com ofertas similares, como se diferenciar para os vendedores? Para Plein, o ponto forte do PicPay está na base de usuários cadastrados. 

“Oferecemos uma capacidade de venda incremental aos vendedores. Em um cenário tão competitivo, ter acesso a uma base com 55 milhões de usuários, com inteligência sobre eles, é um atrativo importante para os vendedores. Talvez esse tenha sido um diferencial que nos permitiu crescer tão rapidamente”, diz.

Além do volume, a empresa traz outra métrica relacionada à base de pessoas cadastradas: usuários que estão presentes tanto na carteira digital quanto na Store são três vezes mais engajados do que os demais. 

Logística e categorias vendidas

Para conquistar cada vez mais pessoas e engajá-las nos serviços oferecidos, a empresa não quer competir com outros marketplaces em entrega rápida — uma das tendências dessa indústria –, pelo menos por enquanto. 

“Nós queremos ser muito bons na etapa de geração de demanda para nossos parceiros e excelente na etapa de pagamento, que é como nascemos. Com uma base de usuários forte, conseguimos mostrar toda a nossa experiência em pagamentos”, diz o executivo.

Entre as categorias comercializadas, a empresa afirma que não pretende entrar em segmentos como o de alimentação no curto prazo. Algumas categorias mapeadas são e-commerce e eletrônicos, tendo moda como um passo seguinte. A estratégia é lançar, adquirir experiência e só então expandir. 

“Vamos estudar sinergias entre as categorias para trabalhar nossa visão de futuro, que envolve soluções de delivery, supermercado e todas as principais necessidades dos nossos usuários”, afirma Plein. 

Com o crescimento ao longo do tempo, o objetivo é que o marketplace tenha uma participação maior na receita na companhia. Hoje, a Store, se somada às estratégias de marketplace financeiro e de negócios e aceitação, representa 17% da receita da companhia. A empresa não divulga valores separados por unidade de negócio.

Os planos se alinham com o que Eduardo Chedid, vice-presidente de serviços financeiros do PicPay, anunciou recentemente na divulgação de resultados da companhia. Com foco em crescimento acelerado, a empresa registrou resultado líquido negativo de R$ 465,3 milhões — mesmo com aumento de 167% na receita. A meta da empresa é fazer com que serviços como o e-commerce respondam por mais da metade da receita em alguns anos.

A fórmula para fazer a estratégia dar certo, aparentemente, o PicPay já tem: alto número de usuários, dinheiro para investir e interesse de parceiros para crescer. A competição não é fácil, mas em um país em que aproximadamente 10% das compras são feitas pelo ambiente digital, espaço não falta para conquistar o próprio filão. 

Fonte: Exame

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