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Startup curitibana quer ser o Spotify da automação das casas brasileiras

Quando o empreendedor Willian Power Homem recebeu o orçamento para programar a automação dos eletrônicos da sua casa, ficou surpreso com o valor: R$ 15 mil. Inconformado, ele passou a buscar formas de deixar o processo mais fácil e barato. Foi daí que surgiu a startup Houseasy, que hoje atua no B2B como serviço de valor agregado para pequenos provedores de internet, com faturamento de R$ 20 milhões nos últimos 12 meses.

A empresa nasceu em Curitiba na virada de 2019 para 2020, trabalhando com o desenvolvimento de hardware, software e aplicativos. O potencial de clientes era enorme: a PNAD Contínua de 2019 indicou que existem mais de 70 milhões de residências no Brasil, mas um estudo da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) mostrou que, em 2020, apenas 2 milhões de residências do país contavam com algum tipo de sistema automatizado.

“Nosso intuito foi criar dispositivos para transformar casas comuns em automatizadas, com baixo custo. A ideia era democratizar o acesso à tecnologia”, afirma Homem. A startup iniciou a operação oficialmente em 2021, vendendo o hardware ao cliente final por preços a partir de R$ 199. Os pacotes variavam de acordo com o tamanho da residência e com a necessidade de instalação de mais pontos, assim como funciona com a televisão a cabo.

Os dispositivos da empresa conseguem controlar iluminação, som, ar-condicionado, televisão – incluindo os aplicativos das smart TVs –, cafeteira, cortina e fechadura eletrônica. O fundador explica que a integração é possível porque a Houseasy criou um protocolo que se comunica com as principais marcas do mercado, seja por Wi-Fi, Bluetooth ou infravermelho. “Se você tiver aparelhos convencionais, sem serem smart, conversamos com eles porque temos o protocolo na base de dados. Não precisa comprar a lâmpada cara, o nosso dispositivo vai no interruptor e controlamos qualquer lâmpada. Quebramos as barreiras”, declara.

A startup começou a ser procurada por provedores de internet, construtoras e imobiliárias, que gostariam de oferecer o modelo para os clientes. Surgiu a oportunidade de pivotar o modelo de negócio e expandir a carteira de consumidores do serviço. “Sempre pensei em criar algo ainda mais acessível, como um Spotify e Netflix, a partir do pagamento de mensalidade. Olhando para o mercado, vimos a recorrência crescendo em assinatura e começamos a estudar para migrar”, explica.

A Houseasy agora atua exclusivamente no modelo B2B. O serviço é embutido no pacote das provedoras de internet como adicional, com cobrança na fatura mensal e valores a partir de R$ 19,90. Uma parte da mensalidade vai para o provedor e outra para a Houseasy – o percentual varia de acordo com o tamanho da base de clientes, começando em 20%. A startup desenvolve os dispositivos, enquanto as empresas ficam responsáveis pela distribuição e instalação dos itens na casa dos clientes. 

No ano passado, com a atuação no B2C, a Houseasy chegou a 1.300 casas, com cerca de 6 mil dispositivos instalados e faturamento de R$ 850 mil em cinco meses de vendas. Neste ano, com venda apenas no B2B, conquistou mais 320 mil clientes para a base até o momento – em 12 meses, o faturamento chegou a R$ 20 milhões. Até o fim do ano, a meta é bater a marca de 900 mil clientes.

Para isso, o foco é investir na parceria com as chamadas ISPs (sigla para Internet Service Providers), provedores menores que atuam principalmente no interior e em regiões metropolitanas. “Eles têm o acesso mais fácil. Consigo conversar direto com o CEO, é mais prático e dinâmico. Eles querem trazer diferencial porque a internet virou commodity. Os serviços agregados geram valor. Com mais de 14 mil ISPs no Brasil, eles buscam cada vez mais essa diferenciação para ganhar o mercado”, pontua o CEO.

Até o momento, a Houseasy tem contrato com 12 provedores regionais, incluindo CORE3 Tecnologia e Webby. Outras 22 parcerias estão em fase de negociação, o que traria mais 3 milhões de clientes para a base da startup. 

Em agosto de 2021, a startup recebeu um aporte de R$ 640 mil da Bossanova Investimentos e de Thiago Nigro. No momento, prepara-se para encerrar uma rodada com um novo fundo, com foco no crescimento da operação.

Fonte: Revista PEGN

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