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Turbulência ainda não abala convicção do investidor na Petrobras

A turbulenta semana em que Jair Bolsonaro demitiu o presidente da Petrobras testou, mas não minou a convicção de investidores de títulos da estatal.

Embora poucos recomendem redobrar as apostas nos títulos de dívida da petroleira, os investidores também não estão com pressa de se desfazer das posições, optando por esperar os próximos passos da nova administração. Por mais que o mercado desaprove a intervenção do governo na estatal, a melhora do balanço da empresa justifica continuar investido.

Essa visão se refletiu no desempenho dos títulos, que recuperaram parte das perdas após a onda vendedora na segunda-feira com a substituição de Roberto Castello Branco em meio à disputa sobre os preços dos combustíveis. Os spreads dos títulos denominados em dólares em relação aos rendimentos equivalentes dos Treasuries abriram em torno de 20 a 45 pontos-base ao longo da curva, mas fecharam de 10 a 20 pontos-base nos dias seguintes, segundo dados da Bloomberg.

“Ainda estamos confortáveis em manter os títulos, dada a posição de liquidez considerável da empresa, balanço sólido e geração de caixa positiva esperada para o ano”, disse a analista do JPMorgan Chase, Barbara Halberstad, em relatório na segunda-feira. “Mas acreditamos que os títulos não estão precificando totalmente o aumento do risco de interferência do governo e a incerteza sobre a continuidade da estratégia de negócios.”

O banco cortou a recomendação para os títulos de overweight para neutra, dizendo que os recentes ataques do Bolsonaro contra os reajustes dos combustíveis renovaram o temor de que a política de preços da empresa possa ser novamente definida pelo governo. O JPMorgan contava com a Petrobras entre suas principais apostas na América Latina em 2021 antes dos recentes eventos.

“Uma mudança de CEO não significa realmente que a política mudará”, disse Shamaila Khan, diretora de dívida de mercados emergentes da AllianceBernstein, em Nova York, que está entre os maiores detentores de títulos da estatal com vencimento em 2031, segundo dados da Bloomberg. “Antes desse evento, pensávamos que não havia muito risco precificado nos títulos da Petrobras, porque sempre houve o risco de intervenção.”

Desde que a perspectiva para a política da petroleira seja mantida, Khan disse que os spreads retornarão ao nível anterior à mudança no comando, já que a empresa “desalavancou enormemente” e as condições de crédito melhoraram.

Dias depois de Bolsonaro anunciar a mudança na gestão da Petrobras, o conselho de administração da empresa votou a favor dos preços dos combustíveis baseados no mercado. Em entrevista, o novo presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, disse que a petroleira continuará a abrir a indústria de refino para investimentos externos e evitará perdas com os preços dos combustíveis enquanto busca outros “mecanismos” para reduzir a volatilidade.

Os títulos da Petrobras com vencimento em 2031, que estão entre os mais líquidos, eram negociados a 108,5 centavos de dólar na manhã de sexta-feira, 1,4 centavo abaixo dos níveis de 19 de fevereiro, quando Bolsonaro anunciou a mudança após o fechamento do mercado. Os títulos de 100 anos eram negociados a 109 centavos, queda de 4,5 centavos no mesmo período.

Para a Lucror Analytics, a mensagem do conselho sobre a política de preços proporcionou certo suporte aos títulos. A recomendação da empresa de pesquisa ainda é de manutenção dos títulos.

“A situação de boa alavancagem e liquidez da Petrobras deve proporcionar algum conforto até que haja mais clareza sobre o possível alcance das mudanças planejadas”, disse o estrategista Sebastian Hofmeister em relatório.

Fonte: Exame

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