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Unipar está atenta a oportunidades de investimento

Maior produtora de cloro e soda na América do Sul e vice-líder em PVC na região tem novo presidente e está atenta a oportunidades de investimento

Após concluir a integração dos ativos da Solvay Indupa, cuja aquisição há três anos resultou em sua entrada no mercado de PVC e expansão das operações fabris para além das fronteiras brasileiras, a Unipar planeja dar sequência à estratégia de crescimento e internacionalização. Maior produtora de cloro e soda na América do Sul e vice-líder em PVC na região, a companhia controlada pelo empresário Frank Geyer está atenta a oportunidades de investimento no Brasil e no exterior. E acaba de promover mudanças na presidência com vistas a alinhar a gestão ao novo momento dos negócios.

Em sucessão a Anibal do Vale, que esteve na Unipar por mais de 25 anos, o engenheiro Maurício Parolin Russomanno assumiu ontem o comando da empresa com pelo menos duas grandes ambições: continuar a crescer e ampliar a competitividade das operações existentes. “Vamos buscar ativamente oportunidades de novas aquisições e projetos que melhorem nossa competitividade”, disse o novo presidente ao Valor.

Aos 44 anos, Russomanno construiu uma carreira sólida em multinacionais como GE e Basf, ocupando posições no Brasil e no exterior. Chegou à Unipar em 2018, vindo da Votorantim Cimentos. Depois de uma breve passagem pela área comercial, assumiu a diretoria de operações e, nesse posto, dedicou-se a completar a integração da Indupa, que já era a segunda maior produtora de PVC da América Latina, atrás apenas da Braskem.

Segundo o executivo, a reorganização do sistema de gestão, conferindo maior autonomia nas fábricas, e a criação de uma estrutura de acompanhamento da gestão integrada já foram concluídas. No fim do ano passado, foi lançada a nova cultura Unipar, incorporando algumas práticas e valores da antiga Indupa. “Vamos precisar de mais gente, e de gente preparada para futuras integrações”, afirmou.

Com fábricas em Cubatão (SP), Santo André (SP) e Bahía Blanca, na Argentina, a Unipar emprega 1,4 mil funcionários e teve receita líquida de R$ 3,5 bilhões em 2018. A capacidade de produção atual de PVC é de 540 mil toneladas por ano, das quais 300 mil tonelada no Brasil e 240 mil toneladas na Argentina.

A transformação da companhia, fundada há 50 anos para investir em outras empresas, na última década é notável, especialmente após a incorporação da Indupa, que pertencia à belga Solvay. O movimento foi bem recebido pelos investidores e multiplicou por mais de 6 seu valor de mercado. No último pregão de 2016, quando foi assinada a transação, a Unipar valia R$ 593 milhões na B3. Hoje, com as três classes de ações (ordinária, preferencial classe A e preferencial classe B) perto das cotações máximas, é negociada a R$ 3,85 bilhões.

A companhia não divulga o desembolso efetivo pelo ativo, que não foi comprado dois anos antes pela Braskem porque o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou a operação. Mas analistas de investimento afirmam que o negócio foi “muito atraente”. À época, o valor de empresa atribuído à Solvay Indupa foi de US$ 202 milhões e a própria Solvay concordou em dividir os custos de aquisição das ações (OPA) em circulação no mercado argentino.

Apesar do bom momento em bolsa e da robustez do fluxo de caixa livre nos últimos dois anos, que contribuiu para a elevação da nota de crédito de longo prazo para AA pela Fitch Ratings no fim do ano passado, há desafios relevantes no horizonte da companhia. Diante do excedente disponível no mercado mundial, a soda cáustica tem sido negociada a preços relativamente baixos e a demanda de PVC nos mercados brasileiro e argentino foi duramente afetada, por diferentes fatores, nos dois últimos anos. No país, a crise econômica afetou a demanda de PVC pela construção civil e a recente retomada de projetos imobiliários possibilita vislumbrar dias mais positivos à frente. No país, a crise econômica afetou a demanda de PVC pela construção civil e a recente retomada de projetos imobiliários possibilita vislumbrar dias mais positivos à frente. No país vizinho, não há visibilidade neste momento.

Nesse ambiente, e ante a agenda de abertura comercial do governo Bolsonaro, melhorar a eficiência das operações e reduzir a distância em termos de competitividade em relação a competidores dos Estados Unidos e da China são tratados como prioridade. Nessas regiões, a energia, um dos principais insumos na produção de cloro e soda, pode ser três vezes mais barata, enquanto o gás natural custa até seis vezes menos.

Frente à escala e ao baixo custo desses competidores, explica o executivo, é preciso garantir operação contínua nas fábricas e reduzir custos. Anualmente, os investimentos para essa finalidade giram em torno de R$ 150 milhões. Na fábrica de Santo André, foram investidos R$ 90 milhões adicionais para modernização e ampliação marginal da capacidade instalada.

É esse racional também que está por trás da joint venture de R$ 620 milhões constituída com a AES Tietê para executar um projeto de 155 megawatts (MW) de energia eólica na Bahia, com início de construção previsto para 2021. O momento é de estruturação da captação de recursos para executar o projeto, e o plano é buscar linhas que combinem custo atrativo e sejam pautadas por questões de sustentabilidade e desenvolvimento econômico.

Conforme Russomanno, a Unipar não é contrária à revisão das tarifas de importação ou dos antidumpings que protegem o mercado brasileiro. Contudo, defende que essa iniciativa seja acompanhada de medidas que contribuam para a competitividade da indústria química nacional. “Enfrentamos um monopólio e custos mais altos de matéria-prima. Uma abertura sem redução dos custos pode inviabilizar negócios”, comentou o executivo. A Braskem obtém o etileno a partir da nafta petroquímica, cujo custo no país está entre os mais altos do mundo.

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