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Vendas do comércio crescem 0,6% em novembro com efeito menor da Black Friday

As vendas do comércio cresceram 0,6% em novembro, na comparação com outubro, com impacto menor da Black Friday e com os supermercados como principal destaque no mês, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de outubro foi revisado de queda de 0,1% para alta de 0,2%. Com isso, o setor registrou a segunda alta mensal seguida, após duas quedas fortes consecutivas.

Com o avanço registrado em novembro, o varejo brasileiro encontra-se 1,2% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, mas 5,1% abaixo do nível recorde de vendas alcançado em novembro de 2020.

Vendas do comércio mês a mês   — Foto: Economia g1

Na comparação com novembro de 2020, houve queda de 4,2%, a quarta taxa negativa consecutiva.

No acumulado no ano, o varejo tem alta de 1,9%.

No acumulado em 12 meses, desacelerou de 2,6% em outubro para 1,9% em novembro, sinalizando redução no ritmo das vendas e perda de dinamismo do setor. Dos 10 segmentos pesquisados pelo IBGE, apenas 4 superam o patamar pré-pandemia.

A perda de dinamismo do setor ocorre em um contexto de perda do poder de compra das famílias e aumento do endividamento dos brasileiros.

A receita nominal do varejo teve alta de 1,3%, frente a outubro e avançou 8,8% na comparação com novembro de 2020.

Vendas do comércio no acumulado em 12 meses — Foto: Economia g1

O resultado de novembro veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de recuos de 0,2% na comparação mensal e de 6,5% sobre um ano antes.

Mesmo com o avanço, mais da metade das atividades tiveram resultado negativo em novembro.

Veja o desempenho de cada um dos segmentos, na comparação com outubro:

  • Combustíveis e lubrificantes: -1,4%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,9%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -1,9%
  • Móveis e eletrodomésticos: -2,3%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 1,2%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,4%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,1%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 2,2%
  • Veículos, motos, partes e peças: 0,7% (varejo ampliado)
  • Material de construção: 0,8% (varejo ampliado)

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas avançou 0,5% em relação a outubro, após três meses consecutivos em queda, e teve queda de 2,9% frente ao mesmo mês do ano passado.

Distância (%) do patamar pré-pandemia por segmento do varejo — Foto: Economia g1

Alta no mês puxada por supermercados

Cinco das 8 atividades do comércio varejista tiveram queda em novembro. O varejo avançou puxado, principalmente, pelo crescimento supermercados e produtos alimentícios (0,9%), que possui um peso de cerca de 45% no índice.

Já o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos recuou 2,3%. Também houve queda nos grupos tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-1,4%), indicando um impacto menor da Black Friday 2021 nas vendas do varejo no mês de novembro, em meio a antecipação de promoções e também do consumo de alguns produtos.

“O que vimos foi uma Black Friday muito menos intensa, em termos de volume de vendas, do que a de 2020, quando esse período de promoções foi melhor, sobretudo para as maiores cadeias do varejo”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Isso se deve, em parte, pela inflação, mas também por uma mudança no perfil de consumo, já que algumas compras foram realizadas em outubro ou até mesmo no primeiro semestre, quando houve maior disponibilidade de crédito e o fenômeno dos descontos”, acrescentou.

Na leitura frente ao resultado de novembro de 2020, 7 das oito atividades tiveram taxas negativas, com destaque para móveis e eletrodomésticos (-21,5%), combustíveis e lubrificantes (-7,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%) e tecidos, vestuário e calçados (-4,4%).

Até mesmo o setor de supermercados teve retração frente a 2020, (-0,5%), acumulando queda de 2,9% na parcial do ano e baixa de 2,3% em 12 meses.

A única alta foi nas vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,5%).

Vendas caem em 14 das 27 unidades da federação

As vendas caíram em novembro em 14 das 27 unidades da federação, com destaque para Paraíba (-3,1%), Piauí (-3,0%) e Bahia (-2,8%). Do lado das altas, os principais avanços foram registrados em Roraima (3,7%), Rio de Janeiro (2,8%) e Distrito Federal (2,7%).

Perspectivas

“As atividades varejistas têm sido prejudicadas pela inflação bastante pressionada, salários baixos, aperto das condições financeiras e deslocamento de maior proporção dos gastos das famílias do mercado de bens para serviços (na esteira da reabertura econômica). Logo, não interpretamos a surpresa positiva com o desempenho das vendas em novembro como um sinal de reversão de tendência”, avaliou Rodolfo Margato, economista da XP.

Na véspera, o IBGE mostrou que o setor de serviços cresceu 2,4% em novembro, após 2 meses seguidos de perdas, ficando 4,5% acima do patamar pré-pandemia. Já a indústria teve a sexta retração mensal consecutiva em novembro e retrocedeu para patamar 4,3% abaixo do nível pré-pandemia.

Após ter entrado em recessão técnica no 3º trimestre, a economia continuou mostrando fraqueza a reta final de 2021em meio a um contexto de disparada da inflação, alta dos juros, queda de renda das famílias, aumento do endividamento, desemprego ainda elevado e preocupações com a situação das contas públicas.

A confiança empresarial caiu em dezembro pelo segundo mês seguido, para o menor nível desde maio, segundo índice da FGV.

Neste começo de ano, a economia brasileira, sobretudo as atividades mais presenciais, voltaram a ser impactadas ano pelo avanço da variante ômicron do coronavírus, com cancelamento de voos, afastamento de funcionários, novas restrições de público impostas pelas autoridades e menor circulação de pessoas nas ruas e escritórios.

O mercado projeta um avanço ao redor de 4,50% para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2021. Já a previsão de crescimento para 2022 está em apenas 0,28%, e parte dos analistas fala em até mesmo em retração.

Para a inflação, a expectativa é de uma taxa de 5,03% em 2022, o que seria um estouro do teto da meta pelo segundo ano seguido, após o IPCA registrar salto de 10,06% em 2021. Já a projeção para a taxa básica de juros da economia ao final de 2022 está em 11,75% ao ano.

Fonte: G1

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