Na última semana, o periódico científico americano The New England Journal of Medicine publicou os resultados do maior estudo feito no Brasil que mostra a ineficácia da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com Covid-19. Assinado por 35 médicos, ligados a quatro hospitais de ponta e dois institutos de pesquisa que formam a Coalizão Covid-19, o levantamento não revelou diferença na evolução do quadro dos doentes com sintomas classificados entre leves e moderados, divididos em três grupos: pacientes que usaram a hidroxicloroquina; que usaram o remédio em combinação com o antibiótico azitromicina; e que não usaram nenhuma das drogas. São resultados que corroboram outros estudos, feitos no exterior. No entanto, há ainda perguntam sem resposta sobre a eficácia do medicamento, especialmente nos pacientes que não precisaram de internação. No Ao Ponto desta segunda-feira, dois dos líderes da Coalizão Covid-19, o cardiologista Renato Lopes, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (BCRI) e professor da Universidade Federal de São Paulo, e a intensivista Flávia Machado, presidente da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICnet) e também professora da Unifesp, analisam os resultados até agora obtidos e discutem a relevância dos estudos que ainda não foram concluídos.