Durante um evento em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (12), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que vai lançar no dia 1º de setembro um programa de bonificação para quem reduzir o consumo de energia elétrica.
Ele já havia prometido divulgar o benefício meses atrás, mas não cumpriu o prazo anterior. Essa medida tem como objetivo evitar um apagão, tendo em vista que o Brasil passa pela maior crise hídrica os últimos 91 anos. E 68% da produção de energia do Brasil vem de hidrelétricas.
Em coletiva de imprensa, Bento Albuquerque negou que haja risco de apagão, como ele já disse em outros momentos. O ministro afirmou que o sistema de bonificação pra quem reduzir o consumo de energia vai valer para a indústria e também para consumidores residenciais.
“Nós pretendemos, até o final desse mês, estar com tudo preparado e vamos apresentar esse plano que vai entrar em vigor a partir do dia 1º de setembro. Os consumidores residenciais também vão fazer parte desse programa de adesão voluntária na redução do consumo de energia. Nós temos energia suficiente. O que nós temos que balancear agora para que não haja possibilidade de apagão, é justamente a demanda”, disse.
Bento Albuquerque fez essas afirmações ao participar de um evento, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), para lançar um programa de incentivo de produção de energia por meio de hidrogênio. Esse programa tem como meta diversificar a matriz energética brasileira com tecnologias renováveis, mais eficazes e mais baratas.
O ministro afirmou que atualmente 85% da produção de energia no país é renovável, e isso deve subir pra 87% em 2 anos. Ainda de acordo com ele, a participação das energias eólica e solar deve subir de 14% para 25% até 2030.
O presidente da Fiemg, Flavio Roscoe, explicou que o hidrogênio é uma forma de armazenar energia. Um papel que hoje é cumprido pelas hidrelétricas.
“Dessa maneira você vai poder estocar energia dessas fontes alternativas que hoje não tem essa possibilidade. Energia solar, por exemplo, só gera enquanto tem sol. À noite ela não gera. Então, você pode, por exemplo, colocar, em uma planta industrial isolada, uma planta solar que converte a energia elétrica solar em hidrogênio, e depois aquela planta roda 24h consumindo o hidrogênio.”
Uma das demandas das indústrias no evento era para que os governos incentivem uso do hidrogênio no armazenamento de energia por meio de benefícios fiscais ou financiamento de bancos públicos.
O ministro Bento Albuquerque e o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, que estavam presentes, não fizeram nenhum anúncio neste sentido.
Eleições 2022
Na coletiva de imprensa, a reportagem questionou o vice-governador sobre as eleições do ano que vem. Se ele estará na chapa com o governador Romeu Zema (Novo) mais uma vez. Paulo Brant sinalizou que é possível que isso não aconteça.
“Eu não tenho participado da articulação política do governo. Eu tenho participado de várias outras áreas. Mas dessa parte não estou participando. Então, meu próximo passo é a filiação a um partido político. E, a partir daí nós vamos conversar num contexto mais amplo. Mas não tem nada definido.”
Em 2018 Paulo Brant foi eleito numa chapa puro sangue do partido Novo com o Romeu Zema. Mas o vice-governador deixou a legenda no mês de março, criticando o fato de que o partido prefere zelar pelos seus ideais, em vez de apoiar uma construção de articulação política dentro da Assembleia Legislativa de Minas.
Fonte: G1