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Aumento de combustíveis é decisão acertada, diz Campos Neto

Presidente do BC projeta impacto de 0,4 ponto percentual na inflação deste ano

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou hoje, 16 de agosto, que considera apropriada a decisão da Petrobras de aumentar os preços dos combustíveis, apesar do impacto negativo que se espera ter sobre a inflação ao longo deste ano.

“Ontem, tivemos o reajuste dos combustíveis, que terá um efeito na inflação em 2023. Devo admitir que considero acertada essa medida, uma vez que é importante não criar um distanciamento excessivo dos preços em relação ao mercado internacional. Embora antecipemos um impacto negativo, acreditamos que essa é uma decisão bem fundamentada”, declarou o líder do Banco Central durante o 35º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

No dia anterior, em um evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Campos Neto projetou que o aumento no preço da gasolina possa resultar em um acréscimo de 0,4 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023.

“Haverá um impacto na inflação de cerca de 0,40 ponto percentual nos meses de agosto e setembro. O impacto do diesel não é tão direto na cadeia, contudo o aumento da gasolina influencia diretamente. Assim, provavelmente veremos revisões para cima nas projeções de inflação deste ano devido ao reajuste realizado ontem”, explicou.

Com o ajuste anunciado pela Petrobras, o preço da gasolina nas refinarias subirá R$ 0,41 por litro, alcançando R$ 2,93. Já o diesel terá um acréscimo de R$ 0,78 por litro, chegando a R$ 3,80.

Esses aumentos representam os primeiros ajustes desde que a estatal adotou sua nova política comercial em maio, abandonando a abordagem de paridade de importação.

Considerando os 377 subitens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina possui a maior influência.

O aumento anunciado pela Petrobras reduz a probabilidade de que o índice encerre o ano de 2023 dentro da meta de inflação buscada pelo Banco Central. A projeção atual da instituição para o IPCA é de 4,9%.

Neste ano, a meta central é de 3,25%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Em outras palavras, o objetivo será cumprido se o IPCA se situar entre 1,75% (mínimo) e 4,75% (máximo). A partir de 2024, um horizonte mais relevante para a atuação do Banco Central, a meta passará a ser 3%.

Durante o evento da Abrasel, Campos Neto também destacou que a inflação dos serviços, que havia se mostrado resistente anteriormente, começou a ceder. Além disso, ele mencionou que o Banco Central enxerga consistência na queda dos núcleos de inflação, que excluem componentes voláteis e não recorrentes dos preços.

“A inflação dos serviços e a inflação do núcleo de serviços estão apresentando um comportamento mais controlado, seguindo em grande medida a trajetória que antecipávamos para esses meses”, afirmou.

Apesar desses progressos, o presidente da instituição ressaltou a importância de “perseverar” e enfatizou que a luta contra a inflação ainda não está vencida, sendo crucial continuar monitorando o desenvolvimento.

No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), diminuindo-a de 13,75% para 13,25% ao ano.

Devido à elevada taxa de juros no país, o Banco Central tem sido alvo de críticas por parte do governo do Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Lula. Segundo Campos Neto, as críticas à atuação da instituição são “infundadas” e prejudicam a motivação dos funcionários, que atualmente estão trabalhando no regime de operação-padrão em protesto por melhorias na carreira e pela realização de novos concursos públicos.

“As críticas sempre são desagradáveis, pois afetam a motivação dos colaboradores. Atualmente, o Banco Central enfrenta, por um lado, críticas que consideramos injustificadas, mas que fazem parte do processo e precisamos conviver com isso”, destacou.

“Por outro lado, internamente, enfrentamos um cenário de ausência de concursos por um longo período. É essencial manter os funcionários motivados para continuarmos gerando inovações; temos a moeda digital Drex prestes a ser lançada”, acrescentou.

Fonte: Folha

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