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CPI da Covid-19: saúde e economia sob os holofotes

Quando uma Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) é instalada, o sentimento geral é de desconfiança, já que não são raras as vezes em que processos como estes resultam apenas em desgastes e enfraquecimento das instituições. No entanto, no caso da CPI da Covid-19, espera-se encontrar respostas sobre a conduta do governo federal no combate à pandemia e como isso afeta a economia do país.

Sinais claros de omissão do governo

Dados do fim de março mostram que o Brasil concentrava um terço das mortes diárias por covid no mundo, mesmo com apenas 3% da população mundial. Com estes números, o governo não conseguiu mais segurar a pressão pelo início das investigações.

Um dos principais pontos de discussão desta CPI será a morosidade na compra de vacinas. Exemplo claro disto, foi a recusa do governo em aceitar a oferta de vacinas feitas pela Pfizer, com a justificativa que a farmacêutica não se responsabilizava por possíveis efeitos colaterais (prática comum neste mercado).

Outro fator importante da investigação é o caos provocado pela falte de oxigênio hospitalar em Manaus. O colapso foi resultado da falta de ação do ministério da saúde, que foi avisado com antecedência da escassez do oxigênio nos hospitais manauaras e ainda assim permitiu que o pior acontecesse.

Por fim também serão temas desta CPI, a insistência do presidente Bolsonaro, bem como outros integrantes do governo, em indicar o tratamento precoce com medicamentos ineficazes no combate à doença. Isso sem falar nos seguidos pronunciamentos que desestimulavam ações de proteção como o uso de máscara e distanciamento social.

Interrupção do auxílio emergencial agravou a pandemia

O pagamento do auxílio emergencial para compensar as perdas financeiras dos trabalhadores também é um assunto que deve ser olhado pela CPI. O problema é que o pagamento do auxílio emergencial foi interrompido em janeiro de 2021 e só foi retomado (em valor mais baixo que os R$ 600 mensais pagos inicialmente) em abril — ou seja, beneficiários passaram três meses sem a ajuda do governo.

Com isso, o número de pessoas que foram forçadas a se aglomerar em busca de sustento aumentou exponencialmente, aumentando também a circulação do vírus.  Sem o auxílio emergencial, ficou impossível reduzir a circulação de pessoas em um país tão desigual.

Reformas travadas e o impacto da CPI na economia

Com a CPI aberta, o governo terá que gastar capital político para emplacar indicações de aliados para integra a comissão e assim atrasar as discussões. Isso acaba colocando o presidente ainda mais na mão do centrão. É um enfraquecimento que, provavelmente, irá travar as reformas importantes até as próximas eleições.

Sobre os impactos na Bolsa, especificamente, as reformas travadas não permitem ser otimista sobre o mercado de ações, mas existem outros fatores em jogo. Nossa Bolsa é muito forte em commodities, por exemplo, então fatores externos acabam pesando mais.

Por fim, os analistas, de forma geral, destacam que a CPI da Covid deve impactar a reta final de discussões sobre o Orçamento de 2021. O presidente Jair Bolsonaro tem até o dia 22 de abril para tomar sua decisão sobre a sanção do Orçamento, e se ele será aprovado na íntegra ou com vetos.

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