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Depois de 18 anos, a P&G ainda está “pagando o preço” da compra da Gillette

Em 2005, quando a Procter & Gamble (P&G) anunciou a aquisição da Gillette por cerca de US$ 57 bilhões, seu objetivo era estabelecer-se como a maior empresa de produtos ao consumidor do mundo. Contudo, o desdobramento dessa transação continuou a afetar a P&G quase duas décadas depois.

Recentemente, a empresa revelou uma baixa contábil de US$ 1,3 bilhão relacionada a uma reavaliação do valor da fabricante de baterias e lâminas de barbear. Esse ajuste foi motivado por uma taxa de desconto superior à estimada anteriormente, pela desvalorização do dólar em relação a outras moedas e pelos custos associados a um programa de reestruturação em andamento.

A reestruturação da P&G envolve ajustes em mercados específicos, notadamente na Argentina e Nigéria, para enfrentar condições macroeconômicas e fiscais desafiadoras. A empresa projeta que essa iniciativa resultará em um impacto financeiro entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, a ser reconhecido ao longo dos anos fiscais encerrados em junho de 2024 e 2025.

Essa não é a primeira vez que a P&G realiza uma baixa contábil relacionada à Gillette. Em 2019, a empresa registrou uma despesa de aproximadamente US$ 8 bilhões, atribuída à desvalorização cambial e à contração do mercado de lâminas de barbear em alguns países desenvolvidos, conforme relatado pelo The Wall Street Journal (WSJ).

Quando adquiriu a Gillette, a P&G buscava expandir suas vendas para o público masculino, adicionando cerca de US$ 10 bilhões em receitas. Naquela época, o portfólio da empresa, conhecida por produtos como Pampers e Ariel, era predominantemente voltado para o público feminino. A transação foi elogiada por Warren Buffett, que a considerou o “negócio dos sonhos”.

Por anos, a P&G aproveitou os benefícios da integração da Gillette, que introduziu produtos mais sofisticados e com preços mais altos. No entanto, a entrada de marcas mais acessíveis, como a Dollar Shave Club (adquirida pela Unilever em 2016 por US$ 1 bilhão), juntamente com a mudança de comportamento dos consumidores masculinos em direção ao cultivo de barbas, levou a Gillette a revisitar seu modelo de negócios, concentrando-se em opções mais acessíveis.

No ano fiscal encerrado em junho de 2023, a divisão de grooming, que inclui as lâminas de barbear da Gillette para homens, a marca Venus para mulheres e os barbeadores elétricos Braun, registrou uma queda de 3% nas receitas, totalizando US$ 6,4 bilhões. Em contrapartida, a receita total da P&G cresceu 2%, atingindo US$ 82 bilhões.

Ao comunicar a baixa contábil na Gillette, a P&G afirmou que as bases da marca permanecem sólidas, mas ressaltou a possibilidade de realizar novas baixas contábeis em resposta a condições macroeconômicas desfavoráveis ou desenvolvimentos adversos na divisão em questão.

No momento, por volta das 17h, as ações da P&G apresentavam uma queda de 3,74% na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sendo cotadas a US$ 146,38. No acumulado do ano, as ações registravam uma diminuição de 0,2%, resultando em um valor de mercado da empresa de US$ 344,7 bilhões.

Fonte: Neofeed

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