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Guerra Israel-Hamas: por que o conflito deve ter poucos efeitos diretos para o Brasil

País tem baixo volume de comércio com Israel e posição de neutralidade diplomática há décadas

A recente escalada do conflito entre Israel e Palestina não deverá ter impactos diretos imediatos sobre o Brasil. O país mantém uma longa história de neutralidade nesse conflito e tem um nível de comércio relativamente baixo com Israel.

De acordo com dados do portal Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as importações e exportações entre o Brasil e Israel representam apenas 0,37% do comércio total brasileiro. De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para Israel totalizaram 570 milhões de dólares, enquanto as importações foram de 1,068 bilhão de dólares, resultando em um total de 1,638 bilhão de dólares. Em comparação, a China, que é o maior comprador de produtos brasileiros, importou 77 bilhões de dólares em mercadorias no mesmo período.

No entanto, o Brasil poderia enfrentar impactos indiretos mais significativos se o conflito se intensificasse, envolvendo outros países. Uma crise mais profunda poderia levar ao aumento dos preços do petróleo, causando volatilidade nos mercados. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, observou que durante a guerra, provavelmente haveria um aumento na volatilidade, com variações especulativas, destacando a importância da política de preços da Petrobras em mitigar esses efeitos.

Do ponto de vista diplomático, o Brasil mantém uma posição de neutralidade no conflito israelo-palestino há décadas, defendendo uma solução de dois Estados. O governo brasileiro condenou os ataques a Israel e reiterou seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel coexistindo pacificamente em fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Essa postura do Brasil remonta à época da criação de Israel em 1948, quando o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha liderou as negociações na ONU para o estabelecimento do país. Atualmente, o Brasil preside o Conselho de Segurança da ONU e assumirá a presidência rotativa do bloco BRICS em dezembro.

Apesar de seu papel nas organizações internacionais, o Brasil tem limitado poder para efetuar mudanças concretas sem o apoio de nações mais influentes. No Conselho de Segurança, os Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido têm poder de veto. No BRICS, a posição do Brasil se alinha mais com a Rússia e a China, que defendem negociações e a criação de um Estado palestino.

Além disso, o Brasil não deverá enfrentar constrangimentos significativos com os Estados Unidos, uma vez que a política dos EUA em relação ao conflito israelo-palestino pode variar de acordo com o presidente em exercício. O governo do ex-presidente Donald Trump apoiou Israel em acordos com outros países árabes e propôs um plano de paz que os palestinos não participaram da negociação. O atual presidente, Joe Biden, apoiou a defesa de Israel após os ataques recentes, mas seu envolvimento em outros conflitos internacionais, como a Guerra na Ucrânia, pode limitar ações mais assertivas em relação ao conflito israelense. Além disso, apoios mais substanciais dos EUA dependem da aprovação do Congresso americano, que atualmente enfrenta desafios políticos.

Fonte: Exame

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