O grupo editorial alemão Axel Springer assinou um acordo para a compra do Politico, site de notícias direcionado para a cobertura da política em Washington. O negócio, anunciado nesta quinta-feira, também prevê a compra do Protocol, veículo voltado para a área de tecnologia.
O Springer também assumirá o controle site Político Europa. O negócio, que deve ser fechado até o final do ano, é avaliado em mais de US$ 1 bilhão, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
O jornal New York Times já havia noticiado na semana passada que o proprietário do Político, Robert Allbritton, estava buscando US$ 1 bilhão pelo negócio. As empresas não divulgaram termos financeiros.
Mathias Döpfner, presidente-executivo do Springer, descreveu o Politico como uma “empresa de mídia excepcional” que “perturbou o jornalismo político digital”. Ele acrescentou a importância de manter a “independência editorial e a reportagem apartidária” do veículo.
Allbritton, que ajudou a fundar o Político em 2007, continuará como editor do Político e do Protocol. As atividades seguirão de forma separada do Springer.
“Alcancei esse marco com uma sensação de satisfação que espero que seja compartilhada por todos no Político”, disse ele em um comunicado.
Allbritton e Springer estiveram em negociações por vários meses sobre uma possível aquisição, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
O Politico, que gera cerca de US$ 200 milhões por ano em receitas, tem apresentado lucros nos últimos anos. O site é gratuito e seu principal boletim, Playbook, é amplamente lido em Washington. O veículo também tem um serviço de assinatura, o Politico Pro, que gera mais da metade da receita anual da empresa.
Com um valor de mais de US $ 1 bilhão, o negócio é uma das fusões de mídia mais caras realizadas recentemente.
O Springer tem buscado ativamente negócios nos Estados Unidos como forma de expandir seu portfólio. O grupo editorial tem demonstrado interesse por empresas de notícias baseadas em assinatura.
Depois que o Springer adquiriu a Business Insider por cerca de US $ 500 milhões em 2015, o grupo editorial reformulou a empresa para se tornar uma agência de notícias baseada em assinatura e colocar seus furos atrás de um paywall, ferramenta usada para restringir o acesso a um determinado conteúdo através da exigência de pagamento de uma assinatura.
Por esse negócio, a Springer pagou quase nove vezes a receita da Business Insider. No ano passado, a empresa adquiriu o controle da Morning Brew, uma editora de boletins informativos.
O negócio de assinaturas do Politico tornou-o um alvo ainda mais atraente para a Springer. A editora alemã já tinha uma parceria com a Politico como coproprietária da Politico Europa. Springer estava procurando expandir o Politico Europa, mas não poderia fazer isso sem o consentimento de Allbritton.
Fonte: O Globo