A fim de finalizar a aquisição da Seagen e atender às preocupações antitruste da Comissão Federal de Comércio, a Pfizer adotou medidas estratégicas. A empresa concordou em doar royalties sobre as vendas do medicamento contra o câncer de bexiga, Bavencio, nos Estados Unidos para a Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR). Essa iniciativa permitiu à Pfizer obter aprovação para concluir a aquisição da biotecnologia de Seattle por US$ 43 bilhões, conforme anunciado pela empresa na terça-feira.
A fusão está programada para ser concluída na quinta-feira, como indicado em comunicado oficial. A Pfizer planeja realizar uma teleconferência na manhã de quarta-feira para discutir detalhes do negócio e fornecer orientação financeira para o ano de 2024.
Além da conclusão da aquisição, a Pfizer anunciou uma reestruturação organizacional significativa. Estabeleceu a Divisão de Oncologia da Pfizer, liderada por Chris Boshoff, MD, Ph.D., ex-chefe de P&D em oncologia da Pfizer nos últimos seis meses. O CEO da Pfizer, Albert Bourla, destacou que essa mudança visa maximizar o impacto da transação e melhorar a execução comercial em todas as áreas terapêuticas da empresa.
A empresa também revelou que, a partir de 1º de janeiro, seus negócios comerciais não oncológicos serão divididos em duas organizações, uma supervisionando operações nos EUA e outra para o restante do mundo. A liderança dessas divisões ficará a cargo de Aamir Malik para os EUA e Alexandre de Germany para as operações comerciais internacionais.
Além disso, Angela Hwang, diretora comercial da Pfizer por cinco anos e funcionária da empresa por 27 anos, deixará a empresa. Ela concordou em atuar como consultora durante a transição para o novo modelo.
A Pfizer, que alcançou sucesso comercial notável sob a supervisão de Hwang, está se preparando para integrar a Seagen após o acordo anunciado em março. A empresa tomou medidas, como a demissão do diretor de desenvolvimento William Pao, MD, Ph.D., e a expansão do papel do diretor científico Mikael Dolsten, MD, Ph.D. Além disso, a Pfizer encerrou sua parceria com a Merck KGaA em Bavencio para facilitar o escrutínio da FTC sobre a aquisição.
A fusão Pfizer-Seagen é a maior transação de fusões e aquisições na biofarmacêutica desde a aquisição da Allergan pela AbbVie por US$ 63 bilhões em junho de 2019. A Pfizer espera que os produtos da Seagen gerem US$ 10 bilhões em receitas anuais adicionais até 2030. Paralelamente, a empresa está conduzindo uma campanha de corte de custos de US$ 3,5 bilhões, resultando em demissões em vários estados dos EUA, além da Irlanda e do Reino Unido.
Fonte: Fierce Pharma