Fintech uniu operações com a plataforma Kikai, do grupo de energia Safira
A disputa por financiamento às PMEs tem aumentado, com fintechs opções como Cora e Conta Simples disputando boleto a boleto. O Contbank resolveu chegar até essas empresas por outro caminho: os contadores. Cadastrados como agentes de negócio, esses profissionais podem usar a plataforma da fintech para oferecer serviços financeiros a seus clientes.
Para expandir sua atuação nesse mercado, o Contbank acaba de fechar seu primeiro M&A. A fintech fechou uma fusão com a Kikai, plataforma white label de soluções de crédito para startups. A Kikai nasceu no hub de inovação do Grupo Safira, atuante no mercado livre de energia, e adiciona uma licença de atuação importante que a Contbank ainda não tinha.
Registrados no Banco Central como uma Instituição Financeira, agora o negócio passa a ter também a licença para atuar como Sociedade de Crédito Direto, possibilitando a criação de uma linha de crédito própria. Nos termos do acordo, o Contbank passa a ser o controlador da Kikai, com a totalidade das ações, e o Grupo Safira passa a ser sócio da fintech.
“O contador é como o médico de família da pequena empresa. Ele a traz desde a maternidade, envolvido na abertura na junta comercial, passando pelo crescimento com as diversas mudanças de status tributário e até o encerramento”, diz Paulo Castro, CEO do Contbank. “Essa posição estratégica faz do contador um aliado.”
Operando desde setembro de 2021, o Contbank conta com 800 contadores cadastrados e 3 mil empresas com contas abertas na plataforma. A fintech foi fundada por Castro, um dos criadores da empresa que deu origem ao Terra, onde foi CEO, e Erico Azevedo. A dupla se conhecia da época em que Castro decidiu investir na Wabbi, plataforma que conecta empresas e contadores fundada por Azevedo e comprada pela ContaAzul em 2018.
A fintech atualmente utiliza parceiros para a oferta de crédito e indica aquele que tiver as melhores condições para a situação de cada empresa. Nos últimos oito meses, Contbank e Kikai movimentaram em torno de R$ 10 milhões em 3 mil operações.
Castro, cofundador do Contbank: “o contador é como um médico de família para a PME” — Foto: Divulgação
Segundo Castro, o modelo permite uma prestação de serviço mais assertiva, já que o Contbank passa a ter acesso ao faturamento e ao fluxo dessas empresas. A base tem dados de 60 mil companhias. Até o final do ano, a agora encorpada Contbank pretende chegar a 1,25 mil agentes de negócio e ter 25 mil PMEs com contas abertas, aumentando o leque de produtos com seguros e consignado, por exemplo.
Para o contador, argumenta Castro, a relação é ganha-ganha. “Ele continua atuando como contador em seu escritório e ganha 50% de todas as fontes de receitas, retirados os impostos, geradas a partir da associação de seus clientes com o Contbank”, diz. São transações em cartão de crédito e operações de financiamento, por exemplo.
Fonte: Pipeline Valor