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Júnior negocia união da Hypera com rival

A Hypera, gigante farmacêutica do empresário João Alves de Queiroz Filho, está em negociação com rivais do mercado para uma possível combinação de seus negócios. A conversa, que começou com uma potencial aquisição da Hypera pela Eurofarma, agora avança rumo a uma incorporação pelo Grupo NC, do empresário Carlos Sanchez, apurou o Pipeline.

A Hypera é assessorada pelo Bank of America e Júnior, como é conhecido o empresário, contratou a BR Partners. Eurofarma contratou o BTG Pactual e o grupo NC é assessorado por Itaú BBA e Safra.

Júnior tem 21,38% da companhia e, com a holding mexicana Maiorem, forma o grupo controlador da Hypera, com 36%. Eles têm acordo de acionistas, mas não há poison pill no estatuto da companhia. A Hypera vale em bolsa R$ 23,8 bilhões.

O grupo NC, dono da EMS, entrou na negociação para uma aquisição da Hypera, em que daria saída aos minoritários e tornaria Júnior e os mexicanos acionistas da companhia resultante. Mas Sanchez, segundo fontes, tem uma preocupação com o nível de alavancagem para uma operação desse formato, apesar de ter sinalização de crédito dos bancos assessores.

Os rumores de um potencial M&A envolvendo a Hypera fizeram as ações subir meses atrás, o que tornava o negócio mais caro. Por isso a NC começou a considerar uma outra operação, de incorporação. Sanchez se tornaria o controlador da companhia aberta e não teria que fazer uma oferta pública de aquisição aos demais acionistas.

As discussões ainda esbarravam em detalhes sobre governança. Júnior queria garantir assento no conselho e um acordo de acionistas, incluindo os mexicanos, ao que Sanchez tem resistido. “Não é tão trivial assim. Requer uma costura”, afirmou uma fonte familiarizada com o assunto.

Há quem duvide que Júnior esteja disposto a abrir mão do controle do negócio. Mas uma fonte garante que isso seria ponto pacificado. “O que ele quer é dar perenidade ao negócio, a um negócio que ele não tenha que tocar, concentrando as atividades no family office”, disse a fonte.

A Eurofarma tem menos interesse em ser uma empresa aberta neste momento, por isso tem mais resistência ao modelo de incorporação – mas não desistiu de brigar pelo negócio, afirmam fontes. Na discussão com a companhia, Júnior e os mexicanos também ficariam na empresa resultante.

Nas contas da Hypera, ela só fica atrás do grupo NC no varejo farmacêutico local, à frente de Eurofarma, Sanofi e Ache. Por isso, para envolvidos nas conversas, o caminho de Hypera com NC poderia provocar mais remédios do Cade, deixando alguns ativos para as demais concorrentes, enquanto a junção com Eurofarma teria menos pressão nesse sentido.

“A Hypera está conversando com todo mundo o tempo todo”, acrescentou a fonte a par do assunto. De acordo com essa pessoa, Júnior entende que para ser competitivo no setor farmacêutico é preciso ter escala e, por isso, “a consolidação é um caminho natural”. “Esse negócio aumentou a rusga entre Eurofarma e NC”, disse outra fonte.

Procuradas, as empresas negam. Em nota, a Hypera disse que “nega que tenha contratado banco para assessorá-la em processo de fusão e aquisição e que esteja conversando sobre fusão com empresas do setor.” Já a EMS nega qualquer tipo de negociação com a concorrente. A Eurofarma diz que “desconhece qualquer iniciativa de nossos competidores em fazer aliança”. Bancos, como de praxe, não comentam sobre potenciais transações ou clientes.

Uma das maiores farmacêuticas nacionais, a Hypera já tentou, há 10 anos, fazer uma fusão de seus negócios com o laboratório Aché, mas as conversas não avançaram. Nos últimos meses, Júnior também se aproximou do laboratório Biolab, além de Eurofarma e NC.

Há pouco mais de um mês, o empresário resolveu o principal obstáculo para atrair um sócio ou comprador. Júnior fechou acordo de leniência, após investigação da Operação Tira-Teima, conduzida pelo Ministério Público Federal sobre pagamento de propina e corrupção, bancando do próprio bolso os R$ 110 milhões e eliminando um risco que pesava sobre as ações da Hypera.

O portfólio de consumo da companhia tem 18 marcas, que incluem Buscopan, Neosaldina, Benegrip, Engov e Dramin, com quase 45% da receita. No mercado de genéricos, opera com a marca Neo Química e, em biofármacos de alta complexidade, com a joint venture Bionovis. No ano passado, anunciou entrada no segmento institucional.

A Hypera projeta receita líquida de R$ 7,4 bilhões este ano, o que representaria crescimento de 24,7% sobre o faturamento do ano passado. O Ebitda ajustado é estimado em R$ 2,65 bilhões e o lucro líquido de operações continuadas R$ 1,7 bilhão, alta de 5,1%. As ações acumulam alta de 13,5% em 12 meses, segundo o Valor Data.

Fonte: Pipeline Valor

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