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Simpar triplica negócio de concessionárias com M&A de R$ 510 milhões

Em mais um sinal da disposição da Simpar — a holding que controla JSL, Movida e Vamos — para expandir os negócios ainda não listados em bolsa, o grupo da família Simões deflagrou um movimento de consolidação das concessionárias de automóveis.

A Original Holding, companhia da Simpar que opera algumas concessionárias das montadoras Volkswagen e Fiat, acaba de anunciar a aquisição do UAB Motors, avaliada em R$ 510 milhões. A transação triplica o tamanho do negócio de concessionárias dos Simões. A UAB é controlada pela Group 1, uma firma sediada em Houston com ações listadas na NYSE e valor de mercado de US$ 3,7 bilhões.

Para assumir o negócio, a Simpar vai desembolsar R$ 395 milhões e o restante do preço se refere a ajustes de dívida, capital de giro e eventuais contingências. A transação ainda depende da aprovação do Cade e das montadoras. Ao comprar a UAB, a Original passará a operar concessionárias das marcas Toyota, Honda, Land Hover, Mini, Jaguar e BMW.

Antes da aquisição, a Original faturava cerca de R$ 750 milhões em bases anualizadas. Ao assumir a UAB Motors, que fez uma receita de R$ 1,7 bilhão nos 12 meses encerrados em setembro, a vertical de concessionárias de automóveis da Simpar atinge uma receita de R$ 2,5 bilhões.

A aquisição saiu a um múltiplo EV/Ebitda de 4,7 vezes. Com 10,9 mil veículos novos e seminovos vendidos, a UAB Motors entregou um Ebitda de R$ 108 milhões em 12 meses até setembro, o que implica uma margem por volta de 6,5%. A rede de concessionárias lucrou R$ 49 milhões no período, com um tíquete médio de R$ 169 mil para carros novos e R$ 85 mil nos seminovos.

A compra da UAB também amplia a área de atuação da Original, que possuía 12 lojas restritas ao estado de São Paulo. A aquisição agrega 34 lojas, distribuídas por São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Com isso, a Original passará a atuar numa área que representa 41,3% do PIB nacional. Os ativos imobiliários da UAB têm um valor contábil de R$ 100 milhões

A Original vislumbra criar uma rede de concessionárias de veículos que vai atuar de forma completamente independente das outras controladas da Simpar — notadamente, a Movida, que também vende seminovos. A Original também vem trabalhando no desenvolvimento de um canal de vendas digital.

O M&A ocorre num mercado de carros extremamente valorizado — a escassez de veículos, um efeito colateral dos problemas na cadeia de fornecimentos de chips — que impulsionou o faturamento das concessionárias, se beneficiando de um preço médio de carros que dificilmente volta ao que era antes, avaliou uma fonte.

O varejo de veículos ainda é um negócio muito pulverizado no Brasil, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde redes como CarMax e Carvana são gigantescas, com receitas de US$ 18,9 bilhões e US$ 5,8 bilhões, respectivamente. Ao comprar a UAB, a Simpar enxerga um potencial de liderar a consolidação do mercado brasileiro, um movimento que demandará um esforço de digitalização que nem todos os empresários mais tradicionais do setor estão dispostos a embarcar.

A expansão inorgânica da Original também evidencia a estratégia do CEO Fernando Simões para avançar em todas as verticais de capital fechado do grupo, o que é uma forma de revelar o valor escondido na holding. Atualmente, a Simpar vale R$ 9,6 bilhões, e alguns analistas consideram que o valuation desconsidera os negócios não listados.

Além da holding, outras três companhias do Simpar são listadas. Negócio de logística que deu origem ao grupo, a JSL vale R$ 2,1 bilhões. A Movida, de aluguel de automóveis, é negociada a R$ 6,1 bilhões. A companhia mais valiosa é a Vamos, de aluguel de caminhões, que valia R$ 12,5 bilhões.

A Simpar controla três companhias fechadas. Além da Original, o grupo é dono da CS Infra e da BBC, uma vertical de serviços financeiros que busca se consolidar como um banco digital para caminhoneiros. Não à toa, a Simpar fez movimentações recentes nas três companhia.

No mês passado, anunciou a intenção de fazer a incorporar a Ciclus Ambiental — que opera de resíduos sólidos no Rio de Janeiro — pela CS Infra, controlada que vai explorar concessões de médio porte, incluindo portos e rodovias. Na avaliação de uma fonte, esse é um negócio de receita resiliente a crises. A BBC foi reforçada recentemente com a contratação de Paulo Caffarelli, ex-CEO da Cielo e do Banco do Brasil. A última tacada veio com o avanço em concessionárias.

A aquisição deve manter o nível de alavancagem da Simpar próximo de 3,3 vezes, disse a companhia.

Fonte: Pipeline Valor

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