Empresa de tratamento de resíduos industriais e comerciais de Pernambuco recebeu uma injeção primária de capital
A gestora de fundos de private equity Vinci Partners comprou uma fatia minoritária da pernambucana AFC Soluções Ambientais, de tratamento de resíduos industriais e comerciais. Com a nova injeção de recursos, a empresa negocia compra de uma concorrente com atuação no Rio Grande do Norte e na Paraíba.
A AFC tem como sócios o empresário Ricardo Aguiar e o grupo empresarial Rio Ave, um dos maiores do ramo de construção civil em Pernambuco. A empresa foi formada em 2011, a partir da compra de uma estação de tratamento de afluentes e foi ganhando corpo com investimentos em logística, ao mesmo tempo que vendia alternativas para as empresas reduzirem o seu passivo ambiental.
Além da área de tratamento de afluentes, com capacidade para tratar 60 mil litro por hora, a AFC atua em reciclagem e compostagem, que consiste em transformar resíduos orgânicos em adubo.
Com o aporte da Vinci – cujo valor não foi revelado – a empresa quer passar a atuar também no segmento de blendagem. Trata-se de um processo de coleta e mistura de resíduos com alto poder calorífico para atender demanda da indústria cimenteira, principalmente. “O que a maior parte dos nossos concorrentes faz é o transporte dos resíduos para aterros. A gente oferece soluções como compra os resíduos ou destinar a locais mais limpos”, conta Aguiar.
Com 400 clientes, a AFC prevê faturar R$ 50 milhões em 2020. Atualmente, a empresa conta com 250 funcionários e frota de 40 caminhões. “O plano é consolidar o Nordeste em cinco anos”, diz o empresário. As negociações para a aquisição de um concorrente
com filiais no Rio Grande do Norte e na Paraíba, segundo Aguiar, já estão praticamente concluídas.
No próximos meses, a Vinci deve indicar um diretor financeiro para a empresa. A Rio Ave permanecerá com Hugo Ferreira da Costa no cargo de diretor comercial. “Os clientes estão mais rigorosos com a destinação dos resíduos. Muitos vem aqui na empresa, ver como fazemos cada detalhe da operação”, diz Costa.
O investimento da Vinci na AFC foi o último feito por intermédio do fundo NEIII, que reúne recursos do BNDES, BNB, fundos de pensão e da própria Vinci. A operação foi 100% primária (‘cash in’), com os recursos indo para o caixa da AFC.
Com capital de R$ 240 milhões, o NEIII já fez outros cinco investimentos em participações acionárias em empresas pernambucanas: Diagmax (laboratórios), vendida no ano passado para a Fleury, Mundo do Cabeleireiro (varejo), Camarada Camarão (restaurantes), Vitale (distribuidora de especialidades médicas) e ENC Brasil (biogás), que está em processo de venda.