O governo brasileiro vai propor uma nova lei para rastrear fornecedores indiretos de gado no Brasil que vendem bovinos para produtores como JBS e Marfrig, uma vez que alguns pecuaristas são considerados como importante vetor para o desmatamento.
Em uma entrevista com correspondentes estrangeiros nesta segunda-feira (21), a ministra Tereza Cristina afirmou que o atual sistema de rastreamento é ineficiente para acompanhar produtores em uma área que envolve 5 milhões de propriedades rurais.
Fornecedores indiretos e desmatamento
Os fornecedores indiretos de gado são produtores que vendem bezerros e boi magro para serem engordados em fazendas regulares. Eles não são fiscalizados por governos e empresas e estudos têm apontado que o desmatamento tem ocorrido justamente nessas áreas.
Um deles, divulgado pela revista Science em julho de 2020, apontou, por exemplo, que cerca de 60% de todas as cabeças abatidas estão potencialmente contaminadas com o desmatamento ilegal em algum ponto da cadeia de suprimentos de empresas frigoríficas.
A pesquisa analisou os fluxos de gado entre fazendas no Pará e em Mato Grosso, que são dois dos maiores produtores do país. E concluiu que pelo menos 17% da carne bovina produzida na Amazônia e no Cerrado e exportada para a União Europeia pode ter rastros de desmatamento ilegal.
Essa é uma das questões que tem colocado o agronegócio brasileiro no centro das polêmicas sobre meio ambiente, sofrendo até mesmo pressões de outros países.
Fonte: G1