spot_img

Brasil e Índia: produtos agropecuários aproximam a relação comercial entre países

Pecuária de leite, produtos da cadeia de soja, biocombustíveis e fruticultura estão no leque de produtos oferecidos pelo Brasil ao país asiático

Na semana passada, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, realizou uma visita à Índia com o objetivo de fortalecer os laços comerciais e expandir a gama de produtos exportados, visando atender à nação mais populosa do mundo. Itens de origem vegetal, animal, derivados de celulose e madeira estão incluídos na lista de produtos exportados pelo Brasil para o país asiático.

A relação diplomática entre as nações teve início em 1948, quando as embaixadas foram inauguradas em ambos os territórios. Atualmente, a cooperação bilateral, na visão de Yogi Adityanath, Ministro-Chefe de Uttar Pradesh, uma província com mais de 240 milhões de habitantes, concentra-se principalmente na agricultura, pecuária e processamento de alimentos. Segundo ele, as exportações da Índia para o Brasil totalizaram US$ 4,5 bilhões no exercício financeiro de 2022/23, enquanto as importações do Brasil da Índia atingiram US$ 7,14 bilhões no mesmo período.

Um dos setores de atuação semelhante é o de laticínios. Enquanto a Índia é o maior produtor e consumidor de produtos lácteos do mundo, o Brasil enfrenta desafios devido às estreitas margens de lucro na criação do gado. Ambos os países têm raças de gado com alta produção de leite, e agora buscam aprimorar essas características genéticas.

Carlos Fávaro e Parshottam Rupala, Ministro da Pesca, Pecuária e Laticínios da Índia, assinaram um acordo para melhorar a genética do gado leiteiro em ambos os países.

O Ministério, por meio de nota, afirmou: “O Brasil, que durante décadas buscou a parceria da Índia para melhorar geneticamente sua raça Zebu, agora pode retribuir contribuindo para a cooperação técnica no melhoramento genético da raça Girolando.”

A imprensa indiana também relatou a assinatura de um memorando de entendimento entre a fabricante indiana de produtos lácteos, Ananda Dairy, e as empresas brasileiras Amireia Pajoada, do Mato Grosso do Sul, e BH Embriões, de Minas Gerais.

A soja também desempenhou um papel importante nesses acordos. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Solvent Extractor’s Association of India (SEA), a maior organização dedicada ao óleo vegetal na Índia, manifestaram intenções de fortalecer as relações comerciais e facilitar o fornecimento de produtos da cadeia de soja à Índia. A soja é usada como suplemento na produção de leite na Índia.

O acordo prevê que as duas nações, por meio de suas associações, realizem reuniões periódicas entre importadores indianos e exportadores brasileiros, com o objetivo de cooperar no fornecimento, uso e comércio de grãos, óleo e farelo de soja, bem como outras oleaginosas, para aumentar o valor agregado dos produtos.

André Nassar, presidente da Abiove, que assinou o memorando juntamente com Ajay Jhunjhunwala, presidente da SEA, afirmou: “Na última década, o comércio de óleo de soja entre os dois países cresceu significativamente, e esperamos continuar contribuindo para o desenvolvimento desse setor com a troca de experiências e uma maior proximidade entre as entidades dos dois países.”

De acordo com a Abiove, a Índia é o maior importador de óleos comestíveis do mundo, recebendo cerca de 15 a 16 milhões de toneladas anualmente. O óleo de soja representa cerca de 4 milhões de toneladas desse total, com a maior parte vinda da América Latina. O Brasil é o segundo maior fornecedor, sendo responsável por 39,5% das importações indianas de óleo de soja entre janeiro e setembro deste ano, com a Argentina sendo o principal exportador, contribuindo com cerca de 50% do volume importado pela Índia.

Além disso, durante a visita, o Ministro Fávaro se encontrou com Piyush Goyal, Ministro do Comércio e Indústria, Assuntos dos Consumidores, Alimentos e Estoques Públicos e Têxteis da Índia. Eles discutiram medidas tributárias que podem tornar os produtos agropecuários brasileiros e indianos mais competitivos no comércio entre os dois países. Do lado brasileiro, houve o pleito pela redução ou isenção das tarifas de importação indianas para cotas específicas de produtos prioritários na relação comercial, como cortes de frango, suínos, suco de laranja e algodão.

Carlos Fávaro também abordou a produção de cana-de-açúcar como uma via para combustíveis renováveis e energias limpas durante o evento “O Diálogo sobre Transição Energética”, organizado pela Observer Research Foundation (ORF) em Nova Delhi.

Finalmente, no setor de fruticultura, houve a abertura de mercados para exportação de avocado, limão-taiti, limão siciliano, lima ácida e tangerina a partir do Brasil.

Fonte: Exame

Você é empresário?

Descubra agora gratuitamente quantos concorrentes o seu negócio tem

Logo Data Biz News
Grátis

Descubra agora quantos concorrentes a sua empresa tem

data biznews logo Data Biznews segue as diretrizes da LGPD e garante total proteção sobre os dados utilizados em nossa plataforma.

Últimas notícias

O que falta para a taxa de juros do BC cair mais rápido

Inflação para 2025 está na meta, na conta do...

Na Saque e Pague, R$ 200 milhões para virar “banco” e “loja”

Muitos especialistas previam o declínio dos caixas eletrônicos, equiparando-os...

Veja outras matérias

Logo Biznews brasil
Consultoria Especializada

Compra e Venda de Empresas

Clique e saiba mais

Valuation

Clique e saiba mais

Recuperação de Tributos

Clique e saiba mais