No Brasil, o preço baixo se deve à quantidade de trigo disponível no mercado interno. Já no cenário internacional, a safra dos EUA e rotas alternativas contribuem para o movimento de queda
Após o término do Acordo de Grãos em 17 de julho, a cadeia de produção do trigo tem sido marcada por significativa volatilidade. Ainda que as cotações internacionais tenham experimentado um aumento no final de julho, esse movimento teve pouco impacto no cenário brasileiro. Atualmente, tanto o mercado interno quanto o externo têm testemunhado uma queda nos valores do grão, conforme indicado pelo levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com as análises do Cepea, no contexto nacional, os preços do trigo também foram moldados pela considerável disponibilidade do grão no território brasileiro, bem como pela aquisição pontual da commodity por parte das unidades de moagem, aliada às perspectivas de uma colheita promissora ao longo deste ano.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informa que até o dia 29 de julho, cerca de 99,7% das plantações de trigo no Brasil já haviam sido semeadas, dentro do período planejado.
Cenário Internacional
A análise realizada pelo Cepea em relação ao panorama global revela que o declínio nos preços está associado ao avanço da colheita nos Estados Unidos, juntamente com o substancial volume de exportações procedente da Rússia.
A consultoria hEDGEpoint Global Markets, por sua vez, sustenta que a baixa nos preços internacionais do trigo é atribuída à crença de que rotas alternativas serão capazes de suprir as demandas anteriormente atendidas pelo trigo ucraniano.
“A menos que haja interrupções no fluxo ao longo do Rio Danúbio e nos portos russos, é improvável que ocorra uma elevação significativa nos preços”, afirma Alef Dias, analista especializado em grãos e macroeconomia da Global Markets.
Fonte: Exame
